terça-feira, 8 de novembro de 2011

As Outras Coisas

E este tempo que não pára! Parece que eu to sempre fazendo as outras coisas.
Um manthra interno e ininterrupto de "daqui a pouco vai aliviar, só mais um pouco, mantenha o foco".
E vou vendo as coisa passarem, tudo corrido, tudo veloz.
Fazendo porque tem que ser assim, tem que ganhar a vida!
Ganhar a vida?
De quem?
De que?
Que vida?
Pra quê?
Pra que tudo isso?
Motocontínuo de impulsos
Um desejo de respiro
Um sonho de conforto
Uma utopia de profissão
E no meio, no meio , como uma brecha,um Theatre du Soleil
Um farol
Uma suspensão
E o desejo oculto a germinar brotos novos por aí.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Usina

Acordei hj e tudo chovia por aqui.
Um sonho apertado de distância
Um cinza parodiando o ceu de dentro
Uma preguiça no corpo de falta de amores.
Uma vontade de gritar: Pára! Pára!Pára!  Acabou a brincadeira! - como criança mimada....
Ontem sozinha, mas desta vez sem choro. Vc no pensamento mais intimo, flashes de pedaços  explodiam na parede do quarto como gelatina e escorriam até o chão transformando todo o quarto em pedaços seus. Como catar o que eh liquido? O meu não coroava nada, apenas sentenciava este oceano que literalmente nos separa.
"Preciso que vc venha." - digo sem considerar a realidade.
"Entendo que não venha." - ordena minha cabeça para o resto de mim.
Só o ronco leve do frigobar e um pensamento a chicotear:
 Meu Deus....agora só vc  Quintana: "a anatomia comigo ficou louca, sou toda coração!" 

domingo, 7 de agosto de 2011

um domingão.

Saudades de futuro combinado
na cama me remexo
pêlos invertem a ordem dos poros
um calor no peito
cochichos de fantasmas
comer do mesmo prato
gerações de progesterona reunidas em volta da mesa
o homem serve  cogumelos de amor macios como carne
cama emprestada pra cochilo
o amor vem do outro quarto
quatro olhos vê quatro vezes mais pra dentro?
quatro vezes mais amor?
quatro vezes mais risadas
e confirmações
e sussurros?
uma volta de onde nunca deveria ter saído - pensa ela.
dorme, meu bem, dorme embalada  em diminutos que repeat, repeat, repeat.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

CORTEJO...

Adoro cortejos
Adoro cortejos musicais
Adoro cortejos sentimentais
Adoro emocionais
Adoro cortejo de cortejar
de ser cortejada
De ver o outro se deixar cortejar
De fazer segredo por dias até fazer do jeito que quer
De pedir  "fica um minuto ali, daqui a pouco te chamo."
De frio na barriga de ver dar certo
De reconhecer o detalhe sendo o gesto principal
De pensar " e não é que dá pé?"
"e não é que dá pé"....  boa metáfora começada no ponta do dedão....metatarso....calcanho....tornozelos, tíbia, coxa...... "e não é que dá pé !!!!!!!!?"

 

Adoro.....

segunda-feira, 11 de julho de 2011

‎"Não existe puro mal ou puro bem, só a pureza." de Patti Smith


Lealdade. O que nos mantém unidos a qq custo, a qq preço, acima de qq coisa, da maneira que for.
Ninguém é substituível! Ninguém!
Não podemos substituir a importância das pessoas , o quanto os queremos por perto e mesmo por longe, mantém este sentimento do imprescindível!
Não acredito em afetos juckbox,
Não posso achar que o outro me importa na medida que me serve. Se for assim só posso satisfazer meus desejos e ter uma vida de caprichos infantis e arrogante maturidade, quando acho que não interferir na escolha dos outros é uma aparente maneira de respeitar as individualidades. Individualidade não é muito mais cada um poder dizer o que necessita e deseja e nem sempre ser atendido?Não é aí que começa a aceitação de que o outro te dizer não pode ser dizer sim a si mesmo? E poder cambiar para dizer sim onde antes era não , também não é se aventurar por espaços desconhecidos? O que nos faz ter a coragem de mergulhos tão profundos se não a lealdade? É ela que nos pega pela mão e faz com que mesmo avisando do medo e pedindo ajuda possamos dar um passo a mais na direção do afeto. Pois se é fato de que projetamos em tudo nossas necessidades, porque não subverter este vórtice para que não seja mais uma crítica e sim uma experiência onde contamos sim com o coletivo para nos encontrar? Considerando que este coletivo é móvel e melhor ainda, movediço, onde a charada é não ter garantias mas não sermos suicidas, penso que esta diferença só se dá por conta da lealdade,ela se materializa em  um pacto de si consigo mesmo, de si com o outro, do outro com vc e de todos nós juntos, tentando criar e viver em um universo mais consistente e rico das dicotomias que nós mesmos temos, sem nenhuma crítica ,boicote e dissimulação. E acima de tudo onde o prazer é um direito conquistado para ser deliciosamente desfrutado.
  Gosto  daquilo que parece mas não é, me interesso por dissecar as variantes de lugares em que podemos nos colocar no  mundo.Confesso que tenho uma superstição de que de alguma maneira nas relações o lugar que você representava de uma relação vai se inverter de alguma maneira ou na próxima ou em algum momento. Acho que é para adquirimos todas as experiências. Mas o que elege estes lugares?  Nossa qualidade de afetos e capacidade de confiar, de sermos leais de maneira geral. Então reproduzimos muitas vezes nossas sombras para justificarmos mantê-las atuantes e não nos permitimos o oposto, abrindo uma lacuna de desafeto e aridez que nos mantém batendo no muro.
Um pensamento: “ o que mantém o vicio não é o prazer da droga em si , mas sim o prazer pelo período de abstinência”.





sábado, 25 de junho de 2011

quem sabe.

Fico afim de que ande
Fico afim de tomar capuccino
Fico afim de olhar nos olhos
Fico afim de pesar 45 kg
Fico afim de acreditar
Fico afim de que vc morra
Fico afim de aconchego
Fico afim de delicadeza
Fico afim de elogio
Fico afim de achar graça
Fico afim de dançar até ter câimbra
Fico afim de cantar em outra língua mesmo sem sabê-la
Fico afim de chupar seu pau
Fico afim de chupar sua buceta
Fico afim de sumir
Fico afim de seguir
Fico afim de sentir
Fico afim de não chorar mais quando gozo
Fico afim de ter leveza
Fico afim de ter fé
Fico afim de me livrar dos vampiros
Fico afim de ter vontade de novo
Fico afim de cavalgar
Fico afim de ...
Fico a fim.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Oportunidade.

Era aniversário.
Aniversário = ano novo , novos sonhos, novas vontades.
Era aniversário dele. Que não se falavam a muito. Ele ligou. Ela atendeu.
E por caminhos ocultos foram falando e porque não chorando e desligando e religando,  e tenho que confessar que ultimamente as coisa tem acontecido numa ordem tão nova e poderosa que ela não desconfia de mais nada.
O que pode fazer a força do perdão, um simples "me desculpe" pode mudar uma conversa, parece que o curso de um rio é modificado na velocidade do raio. E não é que teve final feliz, não , a vida não é exatamente fácil assim, pelo contrário tudo estava ancorado em uma realidade dura e palpável e talvéz por isto mesmo o que ia sendo dito entre eles era concreto, as lembranças eram tão atualizadas que poderiam ser confundidas com declarações, o passado traduzindo o presente ou o passado mesmo? Não importa.
"Hoje lembrei do meu presente de aniversário de 2001"- disse ele.
"Apesar de tudo não me arrependo de ter tido um filho com vc "- disse ela
E foram dormir na certeza de que "os caminhos que tomamos na vida" podem ser definitivos.